segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

François Truffaut, mestre do cinema Francês



Quem estiver pelo Rio de Janeiro até o dia 8 de fevereiro, pode conferir na Caixa Cultural, a mostra que presta uma homenagem ao cineasta francês Fraçois Truffaut. Para quem não sabe, Truffaut é um dos maiores nomes do cinema francês. Ao lado de outros jovens amantes do cinema, como Jean-Luc Godard, ele revoluciou a sétima arte, a partir do final dos anos 1950.

Se você gosta daqueles filmes que começam do fim, em seguida partem para o meio, depois voltam para o fim e terminam no o começo; você não pode deixar de conhecer o cinema francês das décadas de 60 e 70.

Na revista Cahiers Du Cinéma (Cadernos do Cinema), Truffaut e seus companheiros desaprovavam as grandes produções francesas da época, acusando-as de serem cópias do cinema hollywoodiano, por causa dos roteiros convencionais e narrativos, que na maior parte das vezes eram encomendados pelos estúdios aos diretores.

Esses cineatas fizeram parte do movimento chamado Nouvelle Vague. Segundo Truffaut, foi a imprensa francesa quem criou esse título, como uma necessidade de categorizar essa nova geração de cineastas. Eles defendiam um modo mais livre de fazer cinema, o que significava a ruptura com os grandes estúdios. O orçamento reduzido em nada comprometia a qualidade das obras produzidas nesse período. Os diretores passaram a escolher seu próprio material, os filmes passaram a ser mais autorais. As locações externas e cenários reais eram priorizados, os atores tinham mais liberdade para atuar, os diálogos eram reais e a trama era não-linear, ou seja, não era contada uma historinha com início, meio e fim.

Esses filmes influenciaram um grupo de cineastas brasileiros nos anos 60, que criaram o chamado Cinema Novo. “Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça” era o lema de Glauber Rocha, um dos maiores nomes do movimento, ao lado de Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, Cacá Diegues, entre outros. Quem gosta de cinema que faz pensar, deve procurar conhecer a obra deles.

Na caixa Cultural, o maior dos clássicos de François Truffaut: Fahrenheit 451, está de fora. O filme trata de uma sociedade futurista repressora, onde os livros foram proibidos e as opiniões próprias são perseguidas. Se você ficou interessado, não fique triste, porque Fahrenheit 451 é facilmente encontrado pelo público brasileiro. Além do mais, quase toda a filmografia do diretor pode ser conferida na mostra, que conta com longas e curtas-metragens, como Os Pivetes, curta produzido em 1957.

Não deixem der assistir A Noite Americana, que deu a Truffaut o Oscar de melhor filme estrangeiro. É um belo filme sobre os bastidores do cinema. Nele, Truffaut interpreta um diretor de cinema às voltas com os problemas da profissão. Essa foi a segunda vez que o cineasta atuou em seus filmes, a primeira foi em O Garoto Selvagem, aclamado pela crítica e pelo público, mais um que está na mostra. Aqui, o diretor interpreta o Dr. Jean Itard, homem envolvido com a difícil tarefa de estabelecer comunicação humana com um garoto criado fora da sociedade.

Seu último filme, De repente, num domingo, de 1983, é o meu favorito. Conta a história de um homem que, acusado injustamente de um crime, é defendido pela sua secretária. É uma cómedia no estilo francês inspirada em filmes de suspense como os de Hitchcock, o maior ídolo de Truffaut. Também vale a pena conferir O Homem que amava as Mulheres, tragicomédia que conta a história de um “galinha” assumido.

Enfim, como amante do cinema, estarei lá para assistir alguns dos filmes de Truffaut que não conheço.

Até a próxima!

Confira a programação em www.caixa.gov.br/caixacultural

O Centro Cultural da Caixa fica na Avenida Almirante Barroso 25, Centro.

4 comentários:

  1. Caroline,
    achei maneiras as considerações.Parabéns e Sucesso!!
    Serginho

    PS
    Por acaso sabe qual exposição está rolando no Museu Histórico Nacional esta semana? Passei lá e vi uma enorme fila.

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  2. Olá, Serginho. No Museu Histórico está rolando uma exposição do corpo humano, mostra como nós somos por dentro... Tem anúncios pela cidade toda. Se você tiver interesse, vai até o próximo domingo.

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  3. Bem que você falou que o Truffaut estava enchendo. Só consegui ver O Homem Que Amava As Mulheres, mesmo assim, pegando a fila de desitência. Quando cheguei na fila de desitência de A Noite Americana acabaram-se os ingressos. Vou ver se consigo assistí-lo semana que vem. Você foi lá na sexta?

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  4. Caroline,
    valeu pela dica.
    Tchau final.
    Serginho

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